É com muita satisfação que comunico a todos a conclusão da conquista da "Number One" na Pedra do Cachorro, além da manutenção do trecho já conquistado a muitos anos. Ao todo são mais de 400m de escalada, sendo a segunda via a dar acesso ao cume.
Faz tempo que ouço falar na Number One, a primeira via a ser iniciada na Pedra do Cahorro, a mais de 10 anos, por Alex Guardiola, Bau e vários outros escaladores da época. Por algum motivo a conquista da via foi interrompida já perto do final (a uns 100m do cume), talvez devido à fase do "desespero" descrita pelo Antônio Paulo no seu livro Montanhismo Brasileiro, onde uma pergunta geralmente surge: " P. Essa M. não termina?". E todos esses anos, ficou sem repetição conhecida.
Pedra do Cachorro
Faz tempo que ouço falar na Number One, a primeira via a ser iniciada na Pedra do Cahorro, a mais de 10 anos, por Alex Guardiola, Bau e vários outros escaladores da época. Por algum motivo a conquista da via foi interrompida já perto do final (a uns 100m do cume), talvez devido à fase do "desespero" descrita pelo Antônio Paulo no seu livro Montanhismo Brasileiro, onde uma pergunta geralmente surge: " P. Essa M. não termina?". E todos esses anos, ficou sem repetição conhecida.
Zoom da linha da via
Sempre conversei com o Luciano, que era pilhado pra um dia entrar na via e, se possível, terminá-la. Mas agora ele virou marinheiro e acabamos indo pra empreitada eu e Otto. Estávamos escalando em Brejo e resolvemos que no sábado seguinte iríamos terminar a Number One!
Durante a semana pedi as devidas autorizações, primeiro ao Alex Guardiola, que não só autorizou como ficou feliz em saber da idéia, nos deu todos os betas e tal, autorizando a conclusão e alguma alteração que julgássemos necessária no traçado da via, depois ao Guaraci, proprietário da RPPN onde encontra-se a Pedra do Cachorro, ele também deu grande apoio.
Sábado acordamos às 3h da manhã em Recife, saímos às 3h30min em direção à São Caitano (150km), depois mais uns 30km de estrada de terra até o Povoado da Onça, onde localiza-se a pedra, que na verdade fica no município de Tacaimbó. Munidos de uma furadeira com 4 baterias (luxo não utilizado na época do início da conquista), quase 30 proteções dentre grampos e chapeletas, alguns litros d'água e um lanchinho básico iniciamos a trilha, com a ajuda do sempre prestativo Hugo que nos guiou até a base da via, iniciamos a escalada às 7h30.
Começando a caminhar
Escalamos a primeira enfiada e começou a chover fraco, mas o suficiente pra molhar a pedra, fingimos que nada estava acontecendo, e continuamos escalando o trecho inicial que tem boas agarras. Felizmente a chuva parou rapidamente e a pedra não demorou muito pra secar, restando somente as preciosas nuvens no céu, que nos deixaram a sombra o dia inteiro. Na quarta enfiada tivemos certa dificuldade pra encontrar as proteções que, nesse trecho, são chapeletas prateadas, que ficam bem camufladinhas devido à coloração semelhante a da rocha. Não existia o croqui da via, tivemos que ir meio no faro. Otto subiu pela linha certa da via, costurou um grampo, procurou bastante e nada, depois ele desceu até a parada quando vimos lá em cima a P4, aí foi só mirar e tocar, eis que surgem 2 chapeletas intermediarias, na mesma linha em que ele tinha subido e não encontrado nada! Pelo menos o santo do conquistador bateu com o nosso, pois a linha da via segue pelo caminho que pensamos.
Otto na primeira enfiada
Cauí na Segunda enfiada, 1minuto antes da chuva
Chapeletinhas camufladas
Cauí, lá pela 5ª ou 6ª enfiada
Cauí, onde a variante encontra a via novamente
A enfiada suja
Finalmente chegamos ao final da parte já conquistada, que supostamente está marcada por um mosquetão no grampo, procuramos bem por todos os lados e realmente não vimos sinais de continuação, como a situação batia com a descrição que tínhamos partimos pra conquista! O trecho final não era tão difícil, alguns lances de IV, o que permitiu que fossemos rápido. Bati uma chapa e a parada, depois o Otto tocou os 60m finais. Chegamos ao cume lá pelas 16h, mais cedo do que imaginávamos e felizes por termos concluído a nova/antiga via na Pedra do Cachorro.
Conquistando a última enfiada!
Final da via!
Cume!
Um dos grampos de 3/8 que foram trocados
Grampinhos velhos
Como eu adoro fazer rapel!
Dentre conquista e manutenção foram utilizadas 11 chapeletas e 8 grampos de 1/2". A via encontra-se em perfeito estado para receber novas repetições. Em breve voltaremos para repeti-la também!
Agradecemos à ASPER pelos grampos, ao Alex e demais conquistadores pela bela via e pelo incentivo ao término da mesma, ao Clóvis pela info e pela promessa de que vai repetir a via em breve, ao Jaílson e ao Hugo, ao Guaraci pelo apoio!
Clique na foto para ir ao vídeo!
Aqui está o croqui, o traçado e todas as informações necessárias para quem quiser repetir a via:
Clique na foto para ampliá-la
Linha aproximada da via
Entre em contato com o Guaraci e solicite sua autorização:
(81) 9177.2005 claro
(81) 9691.1737 tim
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